A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) cumpriu mandados de prisão contra 13 policiais acusados de torturar um soldado da corporação durante um curso de formação do Batalhão de Choque da PM (BPChoque). As prisões efetuadas nesta segunda-feira (29) são resultado de uma operação comandada pelo Ministério Público (MPDFT).
O soldado Danilo Martins Pereira teria se apresentado ao BPChoque na manhã do último dia 22 para participar de um curso de Patrulhamento Tático Móvel. Segundo ele, na ocasião, o Tenente da PM Marco Teixeira, que é coordenador do curso, teria dito que faria esforços para que o soldado desistisse da formação.
A partir desse momento, o soldado teria sido vítima de tortura e agressões. De acordo com o MPDFT, Danilo foi espancado com pedaços de madeira, chutes, socos, e golpes de capacete. Além disso, teria sido submetido a exercícios físicos intensos sob o sol enquanto recebia golpes e ofensas.
Em depoimento, Danilo contou que praticou exercícios carregando objetos que pesavam entre 50kg e 80kg, e que os tutores do curso também jogaram produtos químicos em seus olhos. O soldado afirmou que o tenente insistia para que ele desistisse, mas que resistiu inicialmente. Contudo, Danilo abandonou o curso após oito horas seguidas de supostos abusos.
Por conta da gravidade dos ferimentos, o soldado foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Brasília, em Águas Claras (DF), onde narrou que os agressores receberam do comandante Calebe Teixeira das Neves a missão de afastá-lo do curso de formação.
Tendo em vista o suposto ocorrido, o Tribunal de Justiça (TJDFT) determinou a prisão dos envolvidos e a apreensão de seus celulares, além de afastar o comandante Calebe Teixeira e suspender o curso até o fim das investigações.
O órgão também pediu acesso ao prontuário médico de Danilo para elaboração do laudo de exame de corpo de delito.
Outro ladoÀ CNN, o advogado Marcelo Almeida, defensor de 12 dos PMs, afirmou que seus clientes foram surpreendidos por suas prisões já que não teriam sido notificados em nenhum momento a prestarem qualquer tipo de esclarecimento sobre os fatos da operação, que classificou como “abjetos”.
Procurada pela reportagem, a Corregedoria da Polícia Militar informou que acompanhou a operação efetuada nesta segunda-feira.
*Sob supervisão de Bruno Laforé