Na sexta-feira (3), o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, rejeitou críticas dos Estados Unidos e da União Europeia sobre o rascunho de um projeto de lei que trata de “agentes estrangeiros”, dizendo que os adversários dele não estavam dispostos a participar de uma discussão significativa.
O rascunho da legislação, que tramita pelo parlamento da Geórgia, exige que empresas que recebem mais de 20% do seu financiamento do exterior se registrem como agentes sob influência estrangeira, um requerimento que os adversários criticam dizendo ser autoritário e inspirado no Kremlin, o que rendeu o apelido de “Lei Russa” ao projeto.
Milhares de manifestantes foram às ruas novamente na sexta-feira para protestar contra a lei. Os atos chegaram próximo à da sede do partido governista Sonho Georgiano. A multidão participou, ainda, de uma missa da sexta-feira santa, antes do domingo de Páscoa ortodoxo.
A União Europeia e os Estados Unidos pediram que Tbilisi derrube a legislação ou corra o risco de prejudicar as chances de entrar na União Europeia e de um futuro mais amplo no Euro-Atlântico.
O impasse é visto como parte de uma questão mais ampla que pode determinar se a Geórgia, país com 3,7 milhões de pessoas e que passou por guerra e revolução desde a queda da União Soviética, se aproximará da Europa ou retornar à influência de Moscou.
Kobakhidze afirmou que a legislação é necessária para a transparência e responsabilização na nação do sul do Cáucaso. O premiê acrescentou que declarações anteriores dos Estados Unidos encorajaram violência por parte do que chamou de atores financiados por estrangeiros.