Inundações e deslizamentos de terra em todo o Quênia mataram 181 pessoas desde março, além de centenas de milhares terem sido forçadas a abandonar as suas casas, segundo o governo queniano e a Cruz Vermelha.
Nos países vizinhos Tanzânia e Burundi também houve dezenas de mortes.
Chuvas torrenciais e inundações destruíram casas, estradas, pontes e outras infraestruturas em toda a região. O número de mortos no Quênia superou o das enchentes provocadas pelo fenômeno climático El Nino no final do ano passado.
Na cidade de Mai Mahiu, no centro do país africano, pelo menos 48 pessoas morreram na segunda-feira (29). Dois corpos foram recuperados dos escombros, disse o gerente regional da Cruz Vermelha da Fenda Sul do Quênia, Felix Maiyo.
Militares acompanhados por cães farejadores se juntaram à busca, destacou Maiyo. Nesta quarta-feira, o porta-voz do governo, Isaac Mwaura, afirmou que o número total de mortos aumentou em 10, para 179.
As chuvas do ano passado aconteceram após a pior seca em grande parte da África Oriental em décadas.
Em Kitengela, a 33 km de Nairobi, os agentes da Cruz Vermelha do Quênia estavam ajudando no resgate de cidadãos que tiveram que abandonar suas casas.
Eles também tentavam resgatar turistas presos em campos em Narok, a 215 km de Nairóbi, pontuou a organização no X.
A autoridade rodoviária nacional do Quênia informou ter fechado um trecho de uma estrada que leva à cidade, assim como ao menos três outras estradas em todo o país, devido a inundações e escombros.
O desastre levou o Papa Francisco a falar em solidariedade aos quenianos durante uma audiência-geral nesta quarta no Vaticano.
“Desejo expressar ao povo do Quênia a minha proximidade espiritual neste momento, uma vez que graves inundações tiraram tragicamente a vida de muitos dos nossos irmãos e irmãs, feriram outros e causaram destruição generalizada”, ressaltou o pontífice.
A Casa Branca apresentou nesta quarta-feira condolências às famílias das vítimas e disse que os Estados Unidos estão contribuindo para os esforços de resgate e recuperação através da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional.
“Continuamos oferecendo o nosso apoio contínuo e resoluto a todos os que foram afetados e estamos monitorando de perto a situação”, destacou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, a jornalistas.